A caneta nordestina Encaliçou minha mão
Os poetas nordestinos, Jr. Adelino, Wellington Vicente e Leo Medeiros, glosaram o mote de Dodi:
A caneta nordestina
Encaliçou minha mão.
Na faculdade da lida
Minha aula foi de roça,
Meu transporte foi carroça
Quase toda minha vida.
Mas uma enxada fornida
Foi quem me deu instrução,
De como plantar feijão
Numa cova pequenina.
A caneta nordestina
Encaliçou minha mão.
(Jr. Adelino)
Convido a Júnior Adelino
Para uma “empeleitada”
Numa caatinga fechada
No agreste nordestino.
O lugar, até ensino:
Fica no sítio Carão.
Pra derrubar cansanção,
Urtiga e jurema fina.
Pra caneta nordestina
Encaliçar sua mão.
(Wellington Vicente)
Arando para os cultivos
Sempre tirei boas notas
Por vales, baixas e grotas,
Em serviços exaustivos;
Meus meios educativos
Foram enxada e facão
Meu mestre dava a lição
Com a foice tramontina
A caneta nordestina
Encaliçou minha mão.
(Léo Medeiros)